Oficial de Inteligência apresentou mapeamento com as principais
ameaças identificadas pela ABIN à segurança digital das Olimpíadas
As principais ameaças identificadas pela ABIN contra a segurança das redes digitais dos Jogos Olímpicos foram apresentadas aos deputados federais da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Crimes Cibernéticos na última terça-feira – 29 de março.
O oficial de Inteligência Eduardo Izycki expôs que o ativismo digital deverá ser o tipo de ataque com maior incidência durante as Olimpíadas. “Aqui se encontram mensagens ideológicas com cunho político, fomentando manifestações ou algum tipo de ação concreta”, explicou.
Há exemplos de casos de hacker ativismo registrados nos grandes eventos esportivos sediados anteriormente pelo Brasil. Tanto na Copa das Confederações de 2013 quanto na Copa do Mundo de 2014, páginas oficiais de instituições organizadoras das competições foram desfiguradas e receberam a inclusão de mensagens políticas e ideológicas.
“Não se limita o ativismo digital a uma mensagem nacional, brasileira. Diversos atores estrangeiros têm promovido ataques nesse mesmo sentido em páginas do governo brasileiro”, alertou Izycki.
O trabalho de análise desenvolvido pela ABIN mostra que, pelo histórico de 2013 e de 2014, haverá uma curva de crescimento na incidência de ataques à medida que a data de início das Olimpíadas se aproxime.
Mapeamento
Os deputados receberam informações sobre cruzamento de dados feito pela ABIN com base no registro de dois milhões de ataques de desfiguração de páginas.
“O que se observou é que, desses dois milhões de ataques, 100 mil foram dirigidos contra governos de 200 países. Dentro dos ataques contra governos, nós temos precisamente 12.405 ataques contra serviços do governo brasileiro”, explanou Izycki. “Isso é uma ameaça presente, cuja ocorrência naqueles momentos de grandes eventos se acentuou, razão pela qual se conclui que tende a ocorrer novamente”, complementou.
O representante da ABIN ainda exibiu aos parlamentares as principais nacionalidades dos autores dos ataques a serviços brasileiros – 40% são do próprio país –; a motivação das ações – além das desfigurações, tentam obter retorno financeiro com informações capturadas nos ataques –; e o histórico de atuação dos grupos mais relevantes.
CPI
A apresentação do mapeamento da ABIN à CPI foi feita durante o Seminário Segurança Cibernética para as Olimpíadas Rio 2016. O evento foi organizado pela Comissão Parlamentar de Inquérito da Câmara dos Deputados para fortalecer a prevenção da segurança cibernética brasileira para as Olimpíadas.
“Percebe-se a preocupação dos parlamentares com a segurança dos Jogos Olímpicos Rio 2016, em frente dos últimos ataques terroristas ocorridos na França e na Bélgica”, justificou a presidente da CPI, deputada Mariana Carvalho (PSDB/RO).
A realização do Seminário foi feita por meio de requerimentos apresentados pelos deputados Silas Freire (PR/PI) e Delegado Éder Mauro (PSD/PA). Profissionais de outros órgãos governamentais também participaram do evento.